Se a noiva se impuser e a mãe relaxar, a parceria pode dar muito certo
Camila de Lira, iG São Paulo
Mãe e noiva devem cuidar para não estragar a harmonia do relacionamento |
O papel de mãe de noiva vai além de chorar – muito – no lugar de destaque do altar, usar um vestido bem bonito e tirar um bom número de fotos ao lado dos noivos. Ela ajuda a escolher o vestido, a decoração e, até mesmo, as formas de docinhos. Tudo muito bonito, o problema é: quando essa ajuda vira excessiva?
“Nenhuma mãe faz por maldade, todas elas querem ajudar”, diz a organizadora de casamentos Fernanda Vianna. O problema, segundo ela, vem quando a mãe se sente no poder de controlar todos os aspectos da festa sem levar em questão as opiniões do casal.
Cristina Nudelman, mãe de duas noivas e que escreve o blog Mother of the Bride, diz que não há como ver uma relação entre mãe e noiva e não pensar na relação de mãe e filha. Para ela, quando a relação entre as duas já era boa, é bem comum que continue tranqüila durante a organização do casamento. “Agora, se a mãe sempre impôs tudo para o filho, como isso mudaria no casamento?” comenta Nudelman.
Fernanda conta que já presenciou alguns incômodos na relação mãe e filha durante as organizações de casamento. Ela diz que houve uma festa em que a mãe impôs um buffet muito mais longe da igreja que o que a noiva queria, acabou que o trajeto entre festa e cerimônia atrapalhou o andamento do casamento. “Apesar de tudo, eu não cheguei a presenciar brigas”, brinca a organizadora.
Sonhos da filha
“A mãe não tem que colocar jamais os sonhos delas no lugar do da filha. Ela já teve um momento, agora é o da filha”, argumenta Cristina. As organizadoras apontam para um equilíbrio entre o que as noivas querem e o que as mães escolhem. Algo que a professora Sandra Godoy conseguiu ao ajudar sua primeira filha, Renata, nos preparativos do casamento.
Renata e o marido moram em São Paulo, mas o casal optou por fazer a cerimônia em São Carlos, no interior do estado, onde os pais dela moram. Dessa forma, Sandra foi a ponte entre eles e todos os detalhes da organização. “Eu queria que fosse um casamento com a cara deles. Quando fui contatar os decoradores, por exemplo, eu procurava durante a semana, e já descartava o que tinha certeza que a Renata não ia gostar. Eles vinham no final de semana, e os dois davam a palavra final”, conta Sandra.
A professora concorda com Cristina quando se trata de dizer que a relação que tinha com a filha antes do casamento se refletiu durante a organização dele. “Nós temos muita afinidade, nos damos muito bem, e sempre foi assim. Então ela ouviu sugestões minhas. Mas quando ela não gostava, ela falava que não era do jeito que ela queria, e eu descartava”, diz.
Fernanda Vianna diz que os noivos precisam impor o que querem tanto para os pais quanto para os organizadores. Mesmo assim, ela explica que a imposição não pode ser de forma muito drástica e categórica. “É importante lembrar que algumas opiniões não devem ser descartadas”, fala. Já Cristina diz que as mães precisam respeitar a diferença de gostos que pode haver entre elas e as filhas.
Dentro de todo esse ambiente, ainda há espaço para pequenas surpresas e provas de carinho. Sandra diz que deu um toque seu na festa de Renata. “Houve uma queima de fogos no meio da madrugada, durante a festa. Eu que organizei, eles não sabiam e adoraram”, lembra Sandra.
“No fundo, as pessoas querem participar. Se sentir presentes. É um excesso de amor”, conclui Fernanda.
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